Um membro do movimento cristão clandestino na Somália foi assassinado por rebeldes muçulmanos
Um membro do movimento cristão clandestino na Somália foi assassinado por rebeldes muçulmanos em uma campanha permanente para eliminar os convertidos do islamismo.
Fontes locais afirmam que militantes armados do Al Shabaab entraram na casa de Osman Abdullah Fataho, em Afgoi, no bairro Shibis, às 22h30 de 21 de julho, e o agrediram em frente a sua esposa e filhos.
Fataho era um cristão há muito tempo, profundamente envolvido nas atividades da comunidade cristã clandestina, segundo fontes. Cristãos locais suspeitavam que alguém havia informado os rebeldes sobre a fé de Fataho.
Os militantes raptaram sua esposa e filhos. Mais tarde, com a condição de que entregaria seus filhos para serem treinados como soldados, a esposa foi liberada.
“Sabemos que eles levam as crianças para uma lavagem cerebral - para mudar seu modo de vida de cristãos para muçulmanos, e ensinar-lhes o Alcorão”, declara fonte. “O Al-Shabaab sabia que seu marido era um cristão, mas não tinha certeza de sua fé.”
As crianças sequestradas foram: Ali Daud Fataho, de 5 anos, Fatuma Safia Fataho, de 7 anos, Sharif Ahmed Fataho, de 10 anos, Nur Said Fataho, de 15.
Um líder cristão que compareceu ao funeral de Fataho, em 22 de julho, disse que um dos parentes do falecido observou que os rebeldes o tinham como alvo porque ele havia deixado o Islã. Os militantes do Al-Shabaab dizem ter ligações com a Al Qaeda.
O incidente espalhou medo entre os fiéis na Somália, muitos dos quais estão nas mãos de rebeldes com intenções de erradicar qualquer pessoa que professe o cristianismo. Os líderes do movimento cristão clandestino foram forçados a deixar suas casas para evitar a morte, conta um líder que, juntamente com outros sete, foi temporariamente transferido para uma área reservada.
O líder está incapaz de ir ao escritório, por medo de cair nas mãos de rebeldes islâmicos.
O Al-Shabaab, que controla vastas zonas da região central da Somália, proibiu as estações de rádio de tocarem músicas e o sino escolar que marca o fim das aulas, "pois soam como sinos de igreja."
Em 2009, militantes islâmicos na Somália procuraram e mataram pelo menos 15 cristãos, incluindo mulheres e crianças. Este ano, em 1º de janeiro, rebeldes do Al-Shabaab, assassinaram Mohammed Ahmed Ali, de 41 anos, após o cristão ter deixado sua casa em Hodan, nos arredores de Mogadíscio.
Em 4 de maio, os militantes balearam até a morte Yusuf Ali Nur, em Xarardheere, cerca de 60 km de Jowhar. Segundo fontes sob anonimato, Nur, de 57 anos, estava em uma lista do Al-Shabaab de pessoas suspeitas de serem cristãs.
O governo transitório em Mogadíscio, lutando para manter o controle do país, trata os cristãos um pouco melhor do que os rebeldes do Al-Shabaab. Embora se auto proclame moderado, o presidente Sheikh Sharif Sheik Ahmed adotou uma versão da sharia (lei islâmica) onde há pena de morte para quem deixa o Islã.
Fonte: Missão Portas Abertas / Tradução: Carla Priscilla Silva